Na era digital, ter informação, não é problema. Você está à um clique dela. Mas o acesso à informação não significa conhecimento. Transformar informação em conhecimento é um processo longo, demorado, complexo. Após o surgimento da web, ter acesso à informação é extremamente fácil, e com softwares sociais, que nos permite estabelecer relações com amigos e conhecidos de forma dinâmica, produzir informações, também ficou fácil, tão fácil, que se tornou algo corriqueiro, parte do nosso dia-a-dia. 

O problema, é que produzir informações, sem ter conhecimento, é um caos. Se há algo pior ainda, é compartilhar desta “informação”, também sem ter conhecimento do que é. É como dar sequência ao caos. Assim, surgem os boatos, conhecidos em inglês como “hoax”. 

Recentemente circula pelo facebook, boatos de que quem não copiar uma dada mensagem em seu mural, terá que pagar por ele (EHAUHEUAHUEHUAHUHEA). Primeiramente, quando se cria uma conta no site, e aceita os termos de uso, e clica, afirmando que leu e aceita os termos (aliás, se tivessem lido, saberia que “é gratuito, e sempre será” como diz na própria página). Depois, se fosse cobrado pelo serviço, não seria uma mensagem apelativa e repleta de erros ortográficos, que isentaria o dono do perfil. É como dizer que se eu colar no vidro do carro um adesivo dizendo “O governo irá fazer uma busca detalhada pelos vidros dos carros, quem não tiver este adesivo, terá que pagar IPVA. Cole este adesivo no seu carro. EU NÃO AUTORIZO COBRAREM MEU IPVA”. Mesmo sendo tão óbvio, o fato de ser um boato, suas características causam dúvidas, espanto, e assim, na falta de conhecimento e sobra de medo, os usuários colam em seus perfis, e passam adiante em suas redes sociais, para pessoas, que passarão adiante novamente e esta corrente, vai se tornando um ato viral.  

Enfim, como reconhecer um boato? Seguem algumas dicas, para ajudar você a identificar os boatos e decidir, o que é relevante compartilhar para suas redes de relacionamento.

Segundo o Comite Gestor de Internet no Brasil – CGI, normalmente um boato:

    • Sugere consequências trágicas se uma determinada tarefa não for realizada;
    • Promete ganhos financeiros ou prêmios mediante a realização de alguma ação;
    • Fornece instruções ou arquivos anexados para, supostamente, proteger seu computador de um vírus não detectado por programas antivírus;
    • Afirma não ser um boato;
    • Apresenta diversos erros gramaticais e de ortografia;
    • Apresenta uma mensagem contraditória;
    • Contem algum texto enfatizando que você e deve repassar a mensagem para o maior número de pessoas possível;
    • Já foi repassado diversas vezes (no corpo da mensagem normalmente é possível observar cabeçalhos de e-mails repassados por outras pessoas).

Nos Boatos mais circulados na imagem acima, podemos notar claramente estas características, como tentativa de justificar com fontes falsas e exageradas, consequências drásticas e imediatas, apelação, e muitos erros gramaticais e ortográficos (sem contar que a lei 3.102 refere à uma lei municipal de Araguaia, que prevê um adicional de periculosidade para vigilantes (EUHUEHUHAUHEUHAUHEUHAUEHUAHUEHUA)).